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A Existência Humana e o O Drama de Angélica

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Música, é complicado falar de música. Ainda mais de música brasileira, tão diversificada e tão rica.

Eu costumo dizer que as etapas da existência humana podem ser dividas em períodos musicais, isso porque as músicas que ouvimos marcam uma fase de nossa vida, e aquele esquema de dividir a vida em nascer, desenvolver, reproduzir e morrer é muito sem graça e muito falho, eu conheço várias pessoas que não se reproduzem (mas fazem sexo normalmente [ou não]), e tenho uma amiga que não desenvolve (só cresceu até 1 metro e meio), nem por isso podemos dizer que eles tem um ciclo de vida incompleto. hehe

A minha experiência musical foi bem divertida, foi cronologicamente aproximadamente assim:

Eu comecei a vida musical com Mamonas Assassinas, um banda muito engraçada apesar de eu não entender muito bem o que eles diziam naquela época, eu ficava me perguntando: como assim “ainda não comi ninguém”? Como assim “Os pelos do saco enrolar com os do cú”? e talz. Começava aí a influência Rock n’ Roll.

Mamonas Assassinas morreram, eu conheci Gabriel o Pensador e Planet Hemp, ou seja eu conheci o rap. Mas caso você não conheça essas bandas, ambas tem uma mescla de Rock envolvido. Nessa época eu já tinha entendido as letras do Mamonas, ou seja, eu já sabia o que era “comer o cú de alguém”, e aprendi coisas infinitamente mais produtivas com essas bandas como, responsabilidade social, liberdade de expressão, a situação Brasil, a vida dos miseráveis, a sacanagem dos políticos, e principalmente a importância da música na vida e na mente.

Mais tarde, com o ouvido mais apurado e uma exigência muito maior em relação às letras e filosofias das músicas eu comecei a gostar de Metallica e outras bandas de Rock, e apesar da toda a influência boa que a música tinha na minha vida até aquele momento, havia algo que a música não havia me ensinado, a aceitação de outras músicas.

Meu pensamento crítico estava afiadíssimo, mas meus ouvidos estavam tão viciados à guitarra que eu não conseguia apreciar uma boa gaita de fole ou um banjo. Foi aí que eu conheci uma grande dupla musical, Alvarenga e Ranchinho e uma das músicas mais engraçadas e geniais que eu já ouvi “O Drama de Angélica”.

A música é tão simplória e tão inteligente, que eu recebi como um soco na cara, eu me senti muito confuso quando escutei pela primeira vez, eu não podia acreditar que eu estava gostando de música caipira, mas eu estava SIM adorando música caipira.

Então eu aprendi a ser mais musicalmente flexível, aceitar ritmos novos, instrumentos novos, e tive várias outras epifanias musicas, como piano clássico, música armênia, flautas japonesas, rock coreano, theremim (o primeiro instrumento musical eletrônico, pretendo fazer um post só sobre ele), música gaúchesca, etc.

Eu recomendo a qualquer tenha um admiração (a admiração se torna fanatismo sem que você perceba) muito grande por um estilo musical que experimente músicas novas, instrumentos novos, realidades novas. E você que está me lendo agora já teve estas experiências? Se teve, eu peço que me indique novos estilos de músicas, eu mal posso esperar pra descobrir que outros tipos de barulhos podem ser transformados em música.

Porque como eu disse anteriormente, não se pode interpretar a vida de forma tão básica e robótica como simplesmente nascer, desenvolver, reproduzir e morrer. Musicalmente o indivíduo só tende a evoluir, e quando evoluímos na música, evoluímos  no intelecto, evoluímos na vida.

 

Cristian Douglas Piovesan

Gosta de Músicas Diferentes